Praça Onze
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Praça Onze está situada na cidade do Rio de Janeiro, delimitada pelas ruas de Santana (a leste), Marquês de Pombal (a oeste), Senador Euzébio (ao norte) e Visconde de Itaúna (ao sul), a Praça Onze existiu por mais de 150 anos.
A princípio denominada Rocio Pequeno, depois Praça Onze de Junho (data da Batalha de Riachuelo), tornou-se, nas primeiras décadas do século XX, o local mais cosmopolita do Rio de Janeiro.
Em suas redondezas misturaram-se imigrantes espanhóis, italianos e judeus de várias procedências com milhares de negros, na maioria oriundos da Bahia.
E foram os negros que transformaram a Praça Onze em reduto de sambistas, as famosas tias baianas, como Tia Ciata, que até hoje são lembradas nos desfiles das escolas de samba, representado pela ala das baianas, quesito obrigatório nos desfiles. A praça Onze foi o primeiro espaço para os desfiles das primeiras escolas de samba.
O progresso do período pós-guerra trouxe a modernização do centro da cidade e, para desespero dos sambistas, em 1941, quando a prefeitura começou as demolições para a abertura da Avenida Presidente Vargas, que extinguiria a praça, Grande Otelo teve a idéia de protestar em ritmo de samba. Ótimo ator, mas letrista medíocre, ele escreveria uma versalhada sobre o assunto, que mostrou aos compositores Max Bulhões, Wilson Batista e Herivelto Martins, sem lhes despertar o menor interesse. Mas Otelo era teimoso e Herivelto, para se livrar dele, compôs o samba em que aproveitou a idéia, desprezando os versos. Diga-se de passagem, que na época os dois trabalhavam nos cassinos da Urca e de Icaraí, atravessando todas as noites a Baía de Guanabara, numa lancha que fazia a ligação entre as duas casas. Foi numa dessas travessias que Herivelto começou a escrever "Praça Onze". Acontece que a composição – anunciando o fim da praça e dos desfiles e, de uma maneira comovente, exortando os sambistas a guardarem os seus pandeiros - superou as expectativas do autor, sugerindo-lhe uma gravação diferente, em que se reproduzisse o clima de uma escola de samba. E assim ele fez, tendo a novidade se tornado padrão para a execução de sambas do gênero. Além do canto, no estilo "empolgação", a cargo do Trio de Ouro reforçado por Castro Barbosa, foi primordial para que se estabelecesse tal clima o uso destacado de três elementos rítmicos - o tamborim, o apito e o surdo. Até então, o apito era usado nas escolas de samba somente como elemento sinalizador, para comandar o desfile. Sua função rítmica, sibilando em tempo de samba, foi uma invenção de Herivelto, lançada nesta gravação.
Por tudo isso, "Praça Onze" alcançou extraordinário sucesso, ganhando, ao lado de "Ai Que Saudades da Amélia", o concurso de sambas promovido pelo Fluminense.
"Vão acabar com a Praça Onze não vai haver mais escola de samba não vai(...) Guardai os vossos pandeiros guardai Porque a escola de samba Não sai"'