Pedro Henrique de Orleans e Bragança
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
D. Pedro Henrique de Orléans e Bragança e Bourbon |
|
---|---|
Chefes da Casa Imperial do Brasil |
|
Ordem | 2.º Chefe da Casa Imperial Brasileira (1921—1981) |
Predecessor | D. Isabel Leopoldina |
Sucessor | D. Luís Gastão |
Nascimento | 13 de setembro de 1909 em Boulogne-Billancourt |
Morte | 5 de julho de 1981 em Vassouras |
Pai | D. Luís Maria Filipe |
Mãe | D. Maria Pia |
Consorte(s) | D. Maria Isabel |
Dom Pedro Henrique Afonso Filipe Maria Gastão Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orleans e Bragança e Bourbon, (Boulogne-Billancourt, 13 de setembro de 1909 – Vassouras, 5 de julho de 1981) príncipe do Grão-Pará de 1909 a 1920, Príncipe Imperial do Brasil de 1920 a 1921 (após a morte do pai) e chefe da Casa Imperial do Brasil de 1921 em diante (após a morte da avó), então com 12 anos de idade, com apoio dos monarquistas e de seu tio, D. Pedro de Alcântara de Orleans e Bragança.
Primeiro varão de D. Luís de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil, e de D. Maria Pia de Bourbon, princesa real das Duas Sicílias. Casou-se em 19 de agosto de 1937 com a princesa Maria Isabel da Baviera.
Índice |
[editar] Infância e juventude
Quando nasceu, a Família Imperial Brasileira já estava exilada na França, havia 20 anos. Como seu tio, D. Pedro de Alcântara , havia renunciado aos seus eventuais direitos ao trono do Brasil em 1908, seu pai, D. Luís, foi elevado a Príncipe Imperial do Brasil, e ele ao nascer recebeu o título de Príncipe do Grão-Pará, conforme o artigo 105 da Constituição de 1824. Foi batizado na capela do Castelo d'Eu com as águas levadas do Chafariz do Largo da Carioca, no Rio de Janeiro, tendo como padrinhos sua avó paterna, a princesa Isabel do Brasil, e o avô materno, D. Alfonso, conde de Caserta e chefe da Casa Real das Duas Sicílias.
O príncipe e sua família viviam entre o Castelo d’Eu e o palacete de Boulogne-sur-Seine, ambos pertencentes à Família Imperial. Foi educado primeiramente por sua avó, a princesa Isabel Leopoldina, e por inúmeros preceptores imbuídos em educá-lo como futuro imperador do Brasil.
Em 1920, seu pai falece em Cannes, França, vitimado pelos ferimentos adquiridos nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Ainda em 1920, o decreto de banimento é revogado, pelo então presidente da República Epitácio Pessoa. O avô de D. Pedro Henrique, conde d'Eu, conduz parte da Família Imperial de volta ao Brasil; todavia, sua avó, a princesa Isabel Leopoldina, não vai, pois estava idosa e adoentada, fazendo com que a viagem não lhe fosse recomendada. Mesmo assim, ficaram pouco no Brasil, pois suas vidas estavam consolidadas na Europa, e resolveram para lá voltar.
Tendo em vista o falecimento do pai em 1920, tornou-se Príncipe Imperial do Brasil, mas em 14 de novembro de 1921, falece no Castelo d’Eu a princesa Isabel, e aos 12 anos ele se torna o Chefe da Casa Imperial do Brasil e de jure Sua Majestade Imperial, Dom Pedro III, Pela Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.
Com a revogação, em 3 de setembro de 1920, do banimento imposto à Família Imperial em 21 de dezembro de 1889, sua mãe, D. Maria Pia de Bourbon-Sicílias, resolveu continuar morando na França, onde achava que ele poderia receber educação mais adequada, com seus irmãos D. Luís Gastão de Orleans e Bragança e D. Pia Maria de Orleans e Bragança. Formou-se em Ciências Políticas e Sociais pela Universidade de Sobornne, na França.
[editar] Casamento
Casou em Leutstetten 17 de agosto e religiosamente na capela do castelo de Nymphenbourg, em Munique, em 19 de agosto de 1937 com Maria Isabel de Wittelsbach, batizada Marie Elisabeth Françoise Josèphe Thérèse de Wittelsbach (ali nascida em Nymphenburg em 9 de setembro de 1914), princesa da Baviera, filha primogênita de Francisco de Wittelsbach, Príncipe real da Baviera e de Isabel de Croÿ, Princesa de Croÿ. Tiveram 12 filhos. Esse casamento serviu de pretexto ao duque da Baviera para confrontar o governo nazista, pois estavam convidados dois soberanos e vários Chefes de Casas Reais, entre eles a grã-duquesa Charlotte I de Luxemburgo e o rei espanhol Alfonso XIII, exilado devido à Guerra Civil Espanhola; os altos comandantes do partido nazista não foram convidados.
O casal residiu primeiramente na França; durante várias vezes tentaram morar no Brasil, mas foram impedidos devido às dificuldades de locomoção geradas pela Segunda Guerra Mundial.
[editar] Mudança para o Brasil
A Família Imperial só conseguiu voltar para o Brasil em 1945, quando findou a guerra. Eles se instalaram primeiramente em Petrópolis, Rio de Janeiro, no palácio do Grão-Pará, e depois em casa no bairro do Retiro, em Petrópolis. No Brasil, D. Pedro Henrique viu sua posição consolidada, embora, periodicamente D. Pedro Gastão fizesse investidas... D. Pedro Henrique, talvez por não acreditar na possibilidade de restauração da monarquia, nunca se preocupou, embora instado a assumir algum papel em momentos de grave crise institucional, como em 1964 e no início da Revolução.
Em 1951, D. Pedro Henrique comprou uma propriedade agrícola, a Fazenda Santa Maria, na cidade de Jacarezinho, interior do Paraná, onde se lançou como agricultor. Em 1965, retornou ao estado do Rio de Janeiro, instalando-se em Vassouras, cidade importante nos tempos do Império, quando era pólo cafeeiro. No chamado Sítio Santa Maria D. Pedro Henrique residiu até o final de sua vida.
[editar] Chefia da Casa Imperial
Apesar das intrigas e discussões geradas depois da renúncia de D. Pedro de Alcântara, D. Pedro Henrique consolidou sua posição como chefe da Casa Imperial do Brasil, principalmente entre as Casas Reais Européias, depois de seu casamento com a princesa bávara. Ainda assim, o sucessor de D. Pedro de Alcântara, D. Pedro Gastão de Orleans e Bragança, continuou a fazer eventuais investidas, se afirmando como chefe da Casa Imperial, embora ficasse sempre desacreditado pela maioria dos monarquistas brasileiros.
Mesmo enfrentando o anonimato e a Cláusula Pétrea das Constituições Republicanas, D. Pedro Henrique foi atuante politicamente no período em que viveu no Brasil. Chegou a ser convidado por militares a dar um Golpe de Estado, e restaurar a monarquia, mas ele recusou prontamente, alegando que não iria usar das táticas e artifícios aos quais a República sempre soube usar; disse também que só queria uma monarquia dentro da vontade democrática, e que voltasse por meio do povo, em um referendo.
[editar] Morte
Em 5 de julho de 1981, D. Pedro Henrique falece em Vassouras. Em seus funerais comparecem centenas de monarquistas de todo o Brasil, em prova do fascínio da monarquia sobre a população. Foi sucedido pelo seu filho primogênito, D. Luís Gastão de Orleans e Bragança (1938), que costuma denominar D. Pedro Henrique, como "Condestável das Saudades e da Esperança".
[editar] Posteridade
De sua união com D. Maria Elisabeth teve doze filhos, dos quais sete renunciaram aos seus eventuais direitos sobre o trono do Brasil:
- 1 - D. Luís Gastão de Orleans e Bragança. Atual chefe da Casa Imperial do Brasil; sem descendência.
- 2 - D. Eudes de Orleans e Bragança (1939). Renunciou em 1966; casou-se em primeiras núpcias em 1967 (div. 1976), com Ana Maria de Moraes Barros (da aristocracia brasileira) e em segundas núpcias (civil) em 1976 com Mercedes Neves da Rocha. Com descendência.
- 3 - D. Bertrand de Orleans e Bragança (1941). Segundo na linha de sucessão ao trono imperial brasileiro. Sem descendência.
- 4 - D. Isabel Maria de Orleans e Bragança (1944). É a oitava na linha de sucessão no trono. Sem descendência.
- 5 - D. Pedro de Alcântara Henrique de Orleans e Bragança (1945). Renunciou em 1978, casou-se em 1974 com Maria de Fátima Rocha. Com descendência.
- 6 - D. Fernando Diniz de Orleans e Bragança (1948). Renunciou em 1975, casou-se em 1975 com Maria da Graça Baere de Araújo (da aristocracia brasileira). Com descendência.
- 7 - D. Antônio João de Orleans e Bragança (1950). É o terceiro na linha de sucessão; casou-se em 1981 com Christine, princesa de Ligne. Com descendência.
- 8 - D. Eleonora de Orleans e Bragança (1953). É a nona na linha de sucessão; casou-se em 1981 com Michel de Ligne. Atualmente, ela é a princesa titular consorte de Ligne, desde 2005. Com descendência.
- 9 - D. Francisco Maria José de Orleans e Bragança (1955). Renunciou em 1980; casou-se em 1980 com Cláudia Godinho. Com descendência.´
- 10 - D. Alberto de Orleans e Bragança (1957). Renunciou em 1982; casou-se em 1983 com Maritza Bokel. Com descendência.
- 11 - D. Maria Thereza de Orleans e Bragança (1959). Renunciou em 1995; casou-se em 1995 com Johannes de Jong (da aristocracia holandesa). Com descendência.
- 12 - D. Maria Gabriela de Orleans e Bragança (1959). Gêmea da precedente, renunciou em 2003; casou-se em 2003 com Theodoro de Hungria-Machado (div. 2005).
[editar] Títulos
Títulos de D. Pedro Henrique do nascimento à morte:
- S.A.I.R D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança, Príncipe do Grão-Pará;
- S.A.I.R. D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança, príncipe de Orleáns e Bragança;
- S.A.I.R. D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil;
- S.M.I. D. Pedro III, Imperador Constitucional de Defensor Perpétuo do Brasil (de jure).
Além desses títulos ele foi Grão-mestre das Ordens Imperiais do Cruzeiro, de D. Pedro I, da Rosa, de São Tiago da Espada, São Bento de Aviz e de Nosso Senhor Jesus Cristo, além de ser Grão-Cruz da Ordem Constantiniana de São Jorge, da realeza napolitana.
[editar] Ligações externas
Precedido por: D. Isabel Leopoldina |
Chefe da Casa Imperial Brasileira 1921 — 1981 |
Sucedido por: D. Luís Gastão Maria |
Precedido por: D. Luís Maria Felipe |
Príncipe Imperial do Brasil 1920 — 1921 |
Sucedido por: D. Luís Gastão Maria |
Precedido por: D. Pedro de Alcântara |
Príncipe do Grão-Pará 1909 — 1921 |
Sucedido por: — |
Família Imperial Brasileira |
Precursores: | D.João VI de Portugal | D.Carlota Joaquina |
1ª geração: | D.Pedro I | D.Leopoldina de Áustria | D.Amélia de Leuchtemberg |
2ª geração: | Pedro II | D.Teresa de Duas Sicílias | D.Januária Maria | D.Paula Mariana | D.Francisca Carolina | Maria II de Portugal | D.Maria Amélia |
3ª geração: | D.Isabel Leopoldina | Conde Gastão d'Eu | D.Afonso Pedro | D.Leopoldina Teresa | D.Pedro Afonso |
4ª geração: | D.Luísa | D.Pedro de Alcântara | D.Luís Maria Filipe | D.Antônio Gastão |
5ª geração em diante: | Ramo de Vassouras | Ramo de Petrópolis |