História do Reino Unido
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Esta é a história do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. Para a história anterior à fundação daquele Estado (em 1800), ver as histórias nacionais dos respectivos países componentes.
O Reino Unido compreende a Inglaterra, a Escócia, Gales e a Irlanda do Norte, e incluiu a totalidade da Irlanda durante mais de um século. A formação daquele Estado começou com os Atos de União de 1707, que agregaram o parlamento da Inglaterra ao da Escócia de modo a criar um "Reino Unido da Grã-Bretanha". Posteriormente, o Ato de União de 1800 reuniu o Reino Unido da Grã-Bretanha e o Reino da Irlanda para estabelecer o "Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda".
Em 1922, com a independência do Estado Livre Irlandês (antecessor imediato da atual República da Irlanda), a Irlanda do Norte permaneceu sob jurisdição do Reino Unido, razão pela qual, desde 1927, o nome oficial daquele Estado é "Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte", comumente abreviado "Reino Unido".
Índice |
[editar] Formação (pré-1800)
[editar] A Conquista do País de Gales
O País de Gales medieval esteve quase sempre dividido em diversos principados independentes, sem uma autoridade única. Quando os normandos invadiram a Grã-Bretanha, avançaram contra as marcas galesas, mais fracas e sem unidade. Os galeses, para enfrentar a ameaça, uniram-se finalmente sob a bandeira de chefes como Llywelyn, o Grande.
Os ingleses terminaram por conquistar o País de Gales em 1282, no reinado de Eduardo I; o Estatuto de Rhuddlan estabeleceu formalmente o controle inglês sobre o território em 1284. Para pacificar os galeses, o filho de Eduardo I (o futuro Eduardo II), que havia nascido em Gales, assumiu o título de Príncipe de Gales em 1301, o que fez do território um principado até 1536.
Em 1535, uma lei inglesa concluiu o processo de incorporação do País de Gales à Inglaterra, mandando aplicar ao território o direito inglês e permitindo somente o inglês como língua oficial. O País de Gales passou a enviar representantes para o parlamento em Londres.
[editar] A Conquista da Irlanda
A conquista inglesa da Irlanda começou em 1169, com Henrique II, em reação a uma invasão daquela ilha por um grupo de normandos. Temendo que estes se tornassem muito poderosos, Henrique desembarcou na Irlanda em 1171 e tomou Dublin e arredores.
O século XVI assistiu aos esforços de Londres no sentido de controlar a rebelde nobreza da Irlanda, o que foi feito por meio de persuasão, quando possível, e pela força, quando necessário. A ilha foi declarada um reino em 1541 e, no ano seguinte, Henrique VIII passou a intitular-se rei da Irlanda. Em 1603, o território estava finalmente sob firme controle inglês, a despeito das dificuldades religiosas (os irlandeses eram católicos e os ingleses, anglicanos).
[editar] A União das Duas Coroas
A Escócia era um reino independente que resistia às tentativas inglesas de subjugá-lo. A Aliança Auld com os franceses preocupou sucessivos governos ingleses e deu origem à política de tentar separar a Escócia da França.
A Reforma Religiosa escocesa causou um conflito entre a antiga religião - o catolicismo - e a nova - o calvinismo. A rainha católica da Escócia, Maria I, foi forçada a abdicar e refugiar-se na Inglaterra, deixando seu filho menor, Jaime VI, sob a guarda de tutores protestantes. Os católicos ingleses a viam como uma herdeira mais legítima ao trono da Inglaterra do que a sua prima protestante Isabel (ou Elizabeth) I. Isabel colocou-a em prisão domiciliar e, em meio a rumores de um golpe, mandou executá-la sob a acusação de traição.
Jaime VI sucedeu sua prima Isabel I no trono inglês em 1603, assumindo o título de Jaime I da Inglaterra. Esta união pessoal dos dois reinos manteve, porém, parlamentos separados.
[editar] O Governo republicano (1649)
Durante o período cromwelliano, a Irlanda e a Escócia foram anexadas à Inglaterra e perderam a autonomia legislativa. A rebelião católica dos senhores de terras irlandeses foi reprimida com uma invasão da ilha por Oliver Cromwell, que estabeleceu uma nova elite protestante naquele território. Estima-se que um-terço da população da ilha pereceu ou exilou-se devido ao conflito.
Tanto a Irlanda quanto a Escócia tiveram sua autonomia devolvida após a restauração da monarquia na Inglaterra.
[editar] Os Atos de União de 1707
No reinado da Rainha Ana, o governo inglês adotou uma postura de integração política e negociou com a Escócia uma lei de união dos dois países. Em 1707, o Ato de União aboliu os Reinos autônomos da Inglaterra e da Escócia (e respectivos parlamentos) e criou o "Reino Unido da Grã-Bretanha", com um único parlamento. Ana tornou-se a primeira ocupante de um trono britânico único e a Escócia enviou 45 deputados para o parlamento unificado em Londres. Criou-se também uma união aduaneira entre os dois países (livre-comércio). Em contrapartida, o direito, a moeda e a Igreja escoceses continuaram separados.
[editar] O Reino Unido
[editar] O Ato de União de 1800
A invasão normanda da Irlanda em 1170 deu causa a séculos de conflitos, com sucessivos reis ingleses tentando conquistar e pilhar a ilha. No início do século XVII, teve início um processo de colonização inglesa em larga escala da Irlanda. No século XVIII, os irlandeses começaram a reivindicar maior grau de independência para o país. Em 1782, o Reino Unido outorgou à ilha o direito ao livre comércio e a independência legislativa. A ascensão de movimentos - inclusive com o uso de força - contrários ao controle inglês da Irlanda fez com que Londres decidisse reverter a autonomia irlandesa.
O Ato de União de 1800, concluído em janeiro de 1801, agregou então a Grã-Bretanha e a Irlanda em um novo Estado denominado "Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda". À Irlanda foi permitido enviar 100 deputados ao parlamento britânico em Londres, além de 28 pares para a Câmara dos Lordes.