Francisco Peixoto de Lacerda Werneck
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Francisco Peixoto de Lacerda Werneck, segundo barão de Pati do Alferes, (Conceição do Alferes, 6 de fevereiro de 1795 — 22 de novembro de 1861) foi um fazendeiro, militar e nobre brasileiro.
Filho do sargento-mor Francisco Peixoto de Lacerda, natural da Ilha do Faial, Açores, e de sua mulher Ana Matilde Werneck, fluminense.
Foi fazendeiro na região de Pati do Alferes, proprietário das fazendas da Piedade, Santana, Monte Libano, Monte Alegre, Manga Larga, Vera Cruz e Conceição.
Estudou em menino, como interno no Seminário São José, no Rio de Janeiro. Integrou em 1822 como tenente de Cavalaria os esquadrões de Milícias formado maior parte por fazendeiros que desceram da Serra Fluminense para ajudar a combater as tropas portuguesas comandadas pelo General Avilez, na ocasião do "Fico" do futuro Dom Pedro I. Foi avançando com as promoções de capitão (1824), major (1830) e coronel (1831) nos serviços de prender desertores e facínoras. Desempenhou papel marcante no cerco do Quilombo de Entre-Rios e no comando da aniquilação do quilombo de Manuel Congo.
Organizada a Guarda Nacional chegou a comandante-chefe da 13ª Legião (Vassouras, Valença e Paraíba do Sul), com atuação marcante durante a Revolução Liberal de 1842, quando na ponte do Rio Negro, divisa da província de Minas Gerais, esteve a frente de 800 homens em apoio do governo legal.
Deputado eleito à Assembléia Provincial de 1844 a 1845, com 302 votos.Foi presidente e vice-presidente da "Sociedade Promotora da Civilização e Indústria da Vila de Vassouras", fundada em 1832. Era membro do "Imperial Instituto Fluminense de Agricultura".
Gastou mais de sessenta contos de réis na construção da igreja de Sant'Ana de Palmeiras, onde pretendeu edificar uma cidade, com o nome de Isabelópolis, em homenagem a Princesa Isabel. Contribuiu em 1855 com quatro contos de réis para a Comissão construtora da estátua equestre de Dom Pedro I que foi levantada na atual praça Tiradentes, centro do Rio de Janeiro. Em 1844 foi eleito membro do Conservatório Dramático do Rio de Janeiro.
Grande do Império, fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial, comendador da Imperial Ordem da Rosa e cavaleiro da Ordem de Cristo.
Escreveu a obra Memória sobre a Fundação e Custeio de uma Fazenda na Província do Rio de Janeiro, editada no Rio de Janeiro, por E.& H. Laemmert nos anos de 1847 (1ª edição) em 1853 (2ª edição)e em 1873 (3ª edição).Em 1988 a Biblioteca do Senado, publicou uma quarta edição com introdução histórica.
Em 1859 Dom Pedro II sem ser esperado, foi recebido para hospedagem em sua casa da Vila de Pati do Alferes.
Casou com Maria Isabel de Assunção (Gomes Ribeiro de Avelar) filha de Luís Gomes Ribeiro e Joaquina Matilde de Assunção, fazendeiros. Sobrinha de Joaquim Ribeiro de Avelar, Barão de Capivari, era irmã de Paulo Gomes Ribeiro de Avelar, barão de São Luís, de Cláudio Gomes Ribeiro de Avelar, barão do Guaribu, de João Gomes Ribeiro de Avelar, Visconde da Paraíba e tia do Barão de São Geraldo.
Foram pais de seis filhos, dentre os quais; Dr. Luís Peixoto de Lacerda Werneck, advogado, diplomata e fazendeiro; Dr. Manuel Peixoto de Lacerda Werneck, advogado, fazendeiro e político; Mariana Isabel de Lacerda Werneck, mulher do Dr. Francisco de Assis Furquim de Almeida, advogado, e Maria Isabel de Lacerda Werneck, mulher do Dr.Joaquim Teixeira de Castro, médico, Visconde de Arcozelo.
[editar] Brasão de armas:
Escudo esquartelado: no primeiro as armas dos Peixotos, que são enxequetado de ouro e azul, de seis peças em faxa ; e no segundo, as armas dos Lacerdas, que são: de Castela e Leão, em campo partido com as armas antigas de França; e assim os contrários.
(Brasão passado em 26 de Fevereiro de 1855.Registrado no Cartório da Nobreza, Liv. VI, fls.18).
Coroa : a de Conde.
[editar] Bibliografia
- BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento . Diccionario Bibliographico Brazileiro - Terceiro Volume, pag. 86/87 - Rio de Janeiro - Imprensa Nacional - 1893.
- MORAES, Roberto Menezes de - O Casal Furquim Werneck e sua descendência - Vassouras - Ed.Liney - 1985.
- SILVA, Eduardo - Barões e Escravidão:Três gerações de fazendeiros e a crise da estrutura escravista. - Rio de Janeiro & Brasília - Ed. Nova Fronteira & INL - 1979