Afrânio Peixoto
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Júlio Afrânio Peixoto (Lençóis, 17 de dezembro de 1876 — Rio de Janeiro, 12 de janeiro de 1947) foi um médico, político, professor, crítico, ensaísta, romancista, historiador literário brasileiro. Ocupou a Cadeira nº 7 da Academia Brasileira de Letras, onde foi eleito em 7 de maio de 1910.
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[editar] Educação
Filho de Francisco Afrânio Peixoto e Virgínia de Morais Peixoto, recebeu do pai os conhecimentos que obteve ao longo de sua vida de autodidata. Passou sua infância no interior da Bahia, vivenciando situações e paisagens que influenciariam muitos dos seus romances. Formou-se em Medicina, em Salvador, no ano de 1897. Sua tese inaugural, "Epilepsia e crime", despertou grande interesse nos meios científicos do país e do exterior.
[editar] Médico, professor e político
Em 1902, mudou-se para a capital do país, na época, Rio de Janeiro, onde foi inspetor de Saúde Pública e Diretor do Hospital Nacional de Alienados, em 1904. Ministrou aulas de Medicina legal na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1907) e assumiu os cargos de professor extraordinário da Faculdade de Medicina (1911); diretor da Escola Normal do Rio de Janeiro, em 1915 e diretor da Instrução Pública do Distrito Federal no ano seguinte.
Teve uma passagem pela política quando foi eleito deputado federal pela Bahia, ficando no cargo no período de 1924 a 1930. Após isto, voltou à atividade do magistério sendo professor de História da Educação do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1932. Foi reitor da Universidade do Distrito Federal, em 1935 e após 40 anos de relevantes serviços, aposentou-se.
[editar] Literatura
Iniciou na literatura no ano de 1900 com a publicação do drama "Rosa mística". Drama em cinco atos, luxuosamente impresso em Leipzig, com uma cor para cada ato. Entre 1904 e 1906 esteve em vários países da Europa, a fim de adquirir novos conhecimentos.
Ao retornar ao Brasil esqueceu-se da Literatura e pensou apenas na Medicina. Nesse período foi grande sua produção de obras de cunho médico-legal-científica. O romance foi uma implicação a que o autor foi levado em decorrência de sua eleição para a Academia Brasileira de Letras, em 7 de maio de 1910, para a qual fora eleito à revelia, quando se achava no Egito, em sua segunda viagem ao exterior.
Quase como que por obrigação, começou a escrever o romance "A esfinge", o que fez em três meses antes da posse da Cadeira nº 7, em 14 de agosto de 1911, entrega feita pelas mãos do acadêmico Araripe Júnior. O Egito inspirou-lhe o título e a trama novelesca. O romance, publicado no mesmo ano, obteve um sucesso incomum e colocou seu autor em posto de destaque na galeria dos ficcionistas brasileiros.
Dotado de personalidade fascinante, animadora e de um excelente domínio da oratória, prendia a atenção das pessoas e auditórios pela palavra inteligente e encantadora. Afrânio Peixoto obteve, na época, grande aprovação de crítica e prestígio popular.
Na Academia Brasileira de Letras, desempenhou diversas atividades, sendo que um dos seus mais importantes feitos foi obter do embaixador da França, Alexandre Conty, em 1923, a doação pelo governo francês do palácio Petit Trianon, construído para a Exposição da França no Centenário da Independência do Brasil.
Como ensaísta escreveu importantes estudos sobre Camões, Castro Alves e Euclides da Cunha. Faleceu no Rio de Janeiro em 12 de janeiro de 1947 com a idade de 70 anos.
[editar] Obras
- Rosa mística - drama (1900)
- Lufada sinistra - novela (1900)
- A esfinge - romance (1911)
- Maria Bonita - romance (1914)
- Minha terra e minha gente - história (1915)
- Poeira da estrada - crítica (1918)
- Trovas brasileiras (1919)
- Parábolas (1920)
- José Bonifácio, o velho e o moço - biografia (1920)
- Fruta do mato - romance (1920)
- Castro Alves, o poeta e o poema (1922)
- Bugrinha - romance (1922)
- Ensinar e ensinar (1923)
- Dicionário dos Lusíadas - filologia (1924)
- Dinamene (1925)
- Arte poética - ensaio (1925)
- As razões do coração - romance (1925)
- Camões e o Brasil - crítica (1926)
- Uma mulher como as outras - romance (1928)
- Sinhazinha (1929)
- Miçangas (1931)
- Viagem Sentimental (1931)
- História da literatura brasileira (1931)
- Castro Alves - ensaio bibliográfico (1931)
- Panorama da literatura brasileira (1940)
- Pepitas - ensaio (1942)
- Amor sagrado e amor profano (1942)
- Despedida (1942)
- Obras completas (1942)
- Indes (1944)
- É (1944)
- Breviário da Bahia (1945)
- Livro de horas (1947)
Precedido por: Euclides da Cunha |
Cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras 1910 -1947 |
Sucedido por: Afonso Pena Júnior |
Precedido por: Carlos de Laet |
Presidente da Academia Brasileira de Letras 1922 - 1923 |
Sucedido por: Medeiros e Albuquerque |
Precedido por: Medeiros e Albuquerque |
Presidente da Academia Brasileira de Letras 1923 - 1924 |
Sucedido por: Afonso Celso |