Primeiro Reinado
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Primeiro Reinado: O Primeiro Reinado caracterizou-se por ser um período de transição. Foi marcado por uma aguda crise econômica, financeira, social e política. A efetiva consolidação da independência do Brasil só ocorreria a partir de 1831, com a abdicação de D. Pedro.
Primeiro Reinado: Com a independência começou o Primeiro Reinado. Além da Guerra da Independência, são marcantes nesse período as organizações políticas do País; o reconhecimento da independência; a Confederação do Equador; Guerra da Cisplatina.
O Primeiro Reinado compreende o período entre 7 de setembro de 1822 (data em que foi proclamada a indepêndencia do Brasil) e 7 de abril de 1831, quando o Imperador Dom Pedro I abdicou ao trono. No período ocorreram a Guerra da Cisplatina, a Noite das Garrafadas e a outorga da Constituição de 1824, também conhecida como A Constituição da Mandioca. D. Pedro foi aclamado imperador em 12 de outubro de 1822. De fato, seu governo não representou um rompimento com o RAM o primeiro reinado com a abdicação de D. Pedro I em favor de seu filho, D. Pedro, então com cinco anos de idade.
Aclamado primeiro imperador do país a 12 de outubro de 1822, Dom Pedro I enfrentou a resistência de tropas portuguesas. Ao vencê-las, em meados de 1823, consolidou sua liderança. Seu primeiro grande ato político foi a convocação da Assembléia Constituinte, eleita no início de 1823. Foi também seu primeiro fracasso: dada a uma forte divergência entre os deputados e o soberano, que exigia poder pessoal superior ao do Poder Legislativo e ao do Poder Judiciário, a Assembléia foi dissolvida em novembro.
A Constituição foi outorgada pelo imperador em 1824. Receberam-se algumas províncias do Nordeste, lideradas por Pernambuco, na revolta conhecida como Confederação do Equador, severamente reprimida pelas tropas imperiais. Em 25 de março de 1824, de D.Pedro I outorgou a primeira Constituição, que, além do Legislativo, do Executivo e do Judiciário, instituía o Poder Moderador, privativo do imperador.O Poder Moderador permitia ao imperador nomear os presidentes das províncias, chefiar as forças armadas, dissolver a Câmara dos Deputados e demitir ministros.(...)
Embora a Constituição de 1824 determinasse que o regime fosse liberal, o governo de D. Pedro I foi sempre autoritário e ele, freqüentemente, impunha sua vontade. Esse impasse constante gerou um crescente conflito com os liberais, que cada vez mais o viam como autoritário. Preocupava a todos também o seu excessivo envolvimento com a política interna portuguesa.
Um dos mais graves problemas do Primeiro Reinado foi a Guerra da Cisplatina, quando uruguaios apoiados pelo governo argentino ocuparam toda a Província Cisplatina e um governo provisório uruguaio decidiu a incorporação da Cisplatina à Republica das Províncias Unidas do Rio da Prata.
Os problemas se agravaram a partir de 1825, com a entrada do Brasil na guerra da Cisplatina, onde terminou derrotado. A perda da província, que se tornou independente como República Oriental do Uruguai, em 1828, e dificuldades econômicas, levaram boa parte da opinião pública a reagir contra as medidas do imperador.
[editar] Situação em Portugal
Após a morte de seu pai D. João VI , em 1826, Dom Pedro envolveu-se crescentemente na questão sucessória em Portugal. Para os portugueses, era o herdeiro da Coroa. Para os brasileiros, o imperador não deveria ter vínculos com a antiga metrópole pois, ao proclamar a Independência, havia renunciado à herança lusitana. Depois de muita discussão, o imperador formalizou sua renúncia e abdicou do trono de Portugal em favor de sua filha D. Maria da Glória. Entretanto, D. Miguel, irmão de D. Pedro I, fez-se proclamar rei em lugar da filha do imperador brasileiro. Todos esses problemas,que ocasionaram uma sucessiva substituição de ministérios, criaram uma grande hostilidade em relação a D. Pedro I, com manifestações como a Noite das Garrafadas – violentas lutas de rua entre brasileiros e portugueses em 13 e 14 de março de 1831. Assim em 7 de abril, depois de uma grande manifestação popular no Rio de Janeiro, ocorria a abdicação de D. Pedro I e o trono brasileiro passava a seu filho de cinco anos, Pedro de Alcântara.
Mesmo assim a questão nunca deixaria de ser uma das grandes bandeiras da oposição liberal brasileira. No fim da década de 1820, a oposição crescia. D. Pedro I procurou então apoio nos setores portugueses que instalara no Brasil na burocracia civil-militar e no comércio das principais cidades. Incidentes políticos graves, como o assassinato do jornalista oposicionista Líbero Badaró em São Paulo, em 1830, reforçaram o afastamento: o crime fora cometido a mando de policiais ligados ao governo e Dom Pedro foi responsabilizado pela morte.
Uma tentativa de recuperar prestígio político foi frustrada pela má recepção em uma visita a Minas Gerais - foi a última. A intenção era obter um acordo com os políticos da província, mas foi recebido com frieza já que havia setores da elite mineira que o ligavam ao assassinato do jornalista. Revoltados, os portugueses instalados no Rio de Janeiro promoveram uma manifestação pública em desagravo que desencadeou a retaliação dos setores antilusitanos, havendo tumultos e conflitos de rua. Irado, o imperador prometeu castigos mas lhe faltava sustentação política. Aconselhado por seus ministros a renunciar ao trono, abdicou a 7 de abril de 1831 e retornou a Portugal.