Pederastia
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A pederastia (do grego antigo παιδεραστία, de παῖς "menino" e ἐράω "amar") designava, na antiguidade grega, uma instituição generalizada (e que na teoria, não implicava, necessariamente, qualquer tipo de relacionamento sexual) na educação dos adolescentes do sexo masculino, rapazes de famílias de boa posição social, por parte dos pedagogos - varões maduros. Geralmente estes pegagogos tinham o papel de mestres destes rapazes, ensinando-lhes algum ofício, e era muitas vezes motivo de orgulho para uma família que seu filho homem pudesse conseguir um mestre de prestígio, e desta forma ascender socialmente. Com freqüência, o relacionamento entre ambos ultrapassava a mera amizade, ganhando contornos de relacionamento amoroso e, por vezes, também sexual. Ainda que a pederastia não seja, de todo, um costume na atualidade, ela pode ser considerada sob diversas perspectivas, o que é revelador da complexidade do tema. Pode ser considerada pela fascinação estética, impregnada mais ou menos de um impulso erótico (como aquele que é descrito na obra de Thomas Mann "Morte em Veneza", filmada por Luchino Visconti).
A pedofilia, com que é, por vezes, identificada, é, geralmente considerada como uma perversão sexual caracterizada pela atracção física (ou de outra ordem) por crianças até a puberdade, sejam elas do sexo masculino, feminino ou ambos, enquanto a pederastia, pelo contrário, dirige-se exclusivamente para adolescentes do sexo masculino. Os pedófilos, por sua vez, podem ser de ambos os sexos, e heterossexuais, e podem ser também homossexuais femininos (lésbicas). A identificação da pederastia com a homossexualidade masculina provém também do mito de que esta era prática comum e quase socialmente aceita na sociedade grega.
Devido à sua carga pejorativa (e à associação com pedofilia), os termos pederastia e pederasta caíram em desuso e são raramente utilizados no dia a dia como sinónimo de homossexual ou homossexualidade, incluindo o uso em publicações como jornais e revistas de grande circulação tanto no Brasil como em Portugal, excepto ocasionalmente em artigos de opinião, como fruto da desinformação do jornalista, ou quando pretende de alguma forma denegrir a imagem dos homossexuais. Em alternativa usam-se os termos homossexual masculino ou gay.
Em textos técnicos sobre a sexualidade também se utiliza, algumas vezes, a expressão homens que têm sexo com homens nas situações em que o relacionamento emocional entre os indivíduos não é primordial para o documento, ou quando se pretende incluir a vertente de sexo entre homens para pessoas não exclusivamente homossexuais (i.e. homens bissexuais, homens heterossexuais que têm sexo ocasional com homens, etc).
