Ordem de Cister
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Ordem de Cister (Ordo cisterciensis, O. Cist.) é uma ordem monástica católica, fundada em 1098 por Robert de Molesme, seguindo a regra beneditina; os seus monges são conhecidos como monges brancos devido à cor do seu hábito.
Índice |
[editar] Papas Cistercienses
Papa | Inicio | Termino | Periodo de Pontificado |
Papa Pascoal II | 13 de Agosto de 1099 | 21 de Janeiro de 1118 | 18anos 05meses 08dias |
Beato Eugênio III | 15 de Fevereiro de 1145 | 8 de Julho de 1153 | 08anos 04meses 24dias |
Beato Gregório X | 1 de Setembro de 1271 | 10 de Janeiro de 1276 | 04anos 04meses 09dias |
Papa Bento XII | 22 de Dezembro de 1334 | 25 de Abril de 1342 | 07anos 04meses 03dias |
[editar] Os Cistercienses em Portugal
A Ordem estabeleceu-se em Portugal pela primeira vez em Tarouca em 1144, antigo mosteiro beneditino. Todos os mosteiros cistercienses do século XII mudaram de observância, só Alcobaça foi fundado de novo. Durante o século XII as fundações mais importantes e numerosas são as das monjas: Lorvão, Celas e Arouca, protegidas pelas infantas-rainhas Teresa, Sancha e Mafalda, e Odivelas todas dependentes de Alcobaça. Durante este período não houve em Portugal ordem mais poderosa, devido sobretudo à riqueza de Alcobaça que foi também o centro artístico e intelectual da Ordem.
As tentativas de reforma renovaram-se no princípio do século XVI, durante o qual viveu Fr. João Claro e se fundaram os mosteiros femininos de Tavira e Portalegre e o Colégio do Espírito Santo em Coimbra e se chamaram beneditinos de Monserrate para reformar Alcobaça. A reforma não conseguiu promover a separação de Alcobaça, favorecida pelo cardeal D. Afonso e o cardeal D. Henrique. Os cistercienses mostraram então grande vitalidade fundando vários mosteiros, para monges: o Colégio da Conceição, e o Mosteiro do Desterro em Lisboa e para monjas, Mocambo em Lisboa e Tabosa deram grande realce aos estudos históricos, onde se notabilizaram todos os autores da Monarchia Lusitana. No século XVIII entram em decadência e são extintos em 1834, seguindo-se a posterior extinção dos mosteiros femininos.
O pensamento de Joaquim de Fiore, um cisterciense calabrês e filósofo milenarista, teve profundo impacto em Portugal, estando na origem do culto ao Divino Espírito Santo, ainda hoje bem presente nos Açores e nas zonas de expansão açoriana nas Américas, e influindo no pensamento do padre António Vieira (o Quinto Império) e dando uma base filosófica ao sebastianismo.
A existência de um curso de água ou um lago é condição essencial para a fixação desta ordem. Por isso não é de estranhar que muitos dos conventos cistercienses tenha nomes associados à água, tais como Fontaine-Guérard, Fontenay, Fontenelle em França ou Fountain em Inglaterra.
[editar] Os Cistercienses no Brasil
Desde 1938, a Abadia de Hardehausen estava transferindo seus monges e seu Abade, para o Brasil. 3 de Abril de 1952, a Santa Sé suprimiu a Abadia de Hardehausen, na diocese de Paderdon, Alemanha, que existia desde 28 de maio de 1140, e transferiu para o Mosteiro de Nossa Senhora da Assunção de Itatinga, na diocese de Botucatu, Brasil. A Abadia de Itatinga recebeu: "todos os direitos e privilégios que até então canonicamente, possuía a Abadia de Hardehausen e de que, em geral, gozam as Abadias Cistercienses". Em 16 de agosto de 1951, o Bispo de Botucatu D. Henrique Galland Trindade e o então Governador do Estado de São Paulo, Lucas Nogueira Garcez, lançaram a pedra fundamental da Abadia em Itatinga (interior do Estado de São Paulo). Além da Abadia, e da Paróquia de Itatinga, os monges cuidavam da Abadia, da Paróquia de Itatinga e ainda por uns tempos da Paróquia de Mairinque. O Abade de Itatinga ficou sendo D. Alfonso Kiliani Heun até 1957 (era Abade desde 1933) quando foi transferido para a Alemanha por Ordem do Abade Geral D. Sigardo Kleiner. Foi eleito, em seu lugar, D. Roberto Fluck, antigo prior de Itaporanga, que recebeu a bênção abacial em 30 de maio de 1957, e no mês de julho foi eleito Abade Presidente da Congregação Cisterciense Brasileira.
[editar] Arquitectura cisterciense
As Abadias cistercienses ficam isoladas das cidades, caracterizadas pela racionalidade na articulação dos espaços e despojamento de elementos decorativos. Usam-se soluções locais com materiais disponíveis e tradições culturais existentes. O seu revestimento é branco.
A planta padrão respondia às exigências de funcionalidade e economia de espaço e de movimento abolindo o supérfluo. A planta articula a vida e as obrigações distintas de monges, noviços e conversos.
A igreja situa-se no ponto mais alto e estava do lado norte com o claustro imediatamente a sul. A igreja adapta-se à rectangularidade global da composição com cabeceira recta (na Batalha já é redonda) com capelas no transepto. No braço sul uma escada comunica com o dormitório. A igreja divide-se a meio entre monges e conversos. Não tinha uma fachada monumental nem torres a acentuar a massa exterior. A planta baseia-se na relação 1:2. Há uma simplificação da tipologia e exibição da própria arquitectura, a decoração centra-se nos capitéis. As naves laterais surgem quase à mesma altura da central.
O refeitório, mais a sul, sempre com a fonte em frente articula-se com o claustro. A cozinha,a oeste, divide o refeitório dos monges e o dos conversos . Cozinha e refeitório voltam-se para o curso de água.
No lado Este alinham-se a sala do capítulo e a sala comunitária. O dormitório ocupava longitudinalmente todo o piso superior. O complexo do edifício era rectangular marcado por contrafortes. Não havia casas de banho nem uma residência independente para o Abade. Os dormitórios não possuem celas individuais.
Há dois tipos de claustro: o claustro do silêncio e claustros de carácter agrícola. O mosteiro cresce claustro, a claustro.
[editar] Mosteiros
- Mosteiro de Alcobaça
- Mosteiro do Desterro
- Mosteiro de São João de Tarouca
[editar] Ver também
[editar] Referências
COELHO DIAS, Geraldo J. A. et alii (1999), "Cister no Vale do Douro", GEHVID, Ediçoes Afrontamento. ISBN: 972-36-0498-1