Largo di Torre Argentina
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Largo di Torre Argentina é uma praça em Roma, na zona de Campus Martius, onde constam alguns tempos da época da República Romana, e as ruínas do Teatro de Pompeu.
O nome da praça advém de Torre Argentina, que não tem qualquer relação com o país sul-americano, mas sim com a cidade de Estrasburgo, cujo nome original era Argentoratum. Com efeito, em 1503, John Burckhardt de Estrasburgo construiu na via del Sudario um palácio (actualmente o número 44), a Casa del Bucardo, anexando uma torre, a Torre Argentoratina, que herdou o nome da sua cidade-natal.
Após a unificação italiana, foi deliberada a reconstrução parcial de Roma (1909), que passaria pela demolição da zona de Torre Argentina, onde constam os restos de uma torre medieval, a Torre Papito ou Torre Boccamazzi. No entanto, durante os trabalhos (1927), foram descobertas uma cabeça e braços em mármore de grandes proporções, cuja investigação traria algum esclarecimento em relação a esta zona, como uma zona sacra datada da era republicana.
Os templos, originalmente designados como A, B, C e D, fazem frente a uma estrada pavimentada, datada da era imperial, após o incêndio de 80 d.C.. A área foi delimitada a Norte pelo Hecatostylum (que faz alusão a uma centena de colunas) e pelas Termas de Agrippa, a Sul pelos edifícios relacionados com o Circus Flaminius, a Este pela grande praça Porticus Minucia Frumentaria, e a Oeste pelo Teatro de Pompeu.
O Templo A terá sido cosntruído no século III a.C., e é provavelmente o Templo de Juturna[1], construído por Gaius Lutatius Catulus após a sua vitória contra os Cartagineses a 241 a.C.. Seria mais tarde reconstruído como uma igreja, cuja ábside ainda subsiste.
O Templo B, circular e com seis colunas ainda presentes, terá sido construído por Quintus Lutatius Catulus em 101 a.C. para celebrar a sua vitória sobre os Cimbri; surge referido como Aedes Fortunae Huiusce Diei, devoto à "Vitória do Dia de Hoje". A estátua colossal encontrada durante as escavações, transladada para os Museus Capitolinos, era a estátua da própria deusa. Apenas a cabeça, braços e pernas eram de mármore: as outras partes, cobertas por tecido, eram em bronze.
O Templo C é o mais antigo dos três, datado dos séculos III ou IV a.C., provavelmente devoto a Feronia, a antiga deusa da fertilidade dos povos itálicos. Após o incêndio de 80, o templo foi restaurado e os mosaicos brancos e pretos da câmara interior datam dessa restauração.
O Templo D é o maior de todos, datado do século II a.C., já com restaurações do último período da República, devoto a Lares Permarini. No entanto, apenas uma parte foi ainda escavada, devido ao facto da estrada municipal estar construída sobre si.
[editar] Notas
- ↑ Esta identificação é preferida em relação a Templo de Iuno Curritis, devido à obra Fasti I de Ovídio, em que refere: «Te quoque lux eadem Turni soror aede recepit/Hic, ubi Virginea Campus obitur aqua», portanto, colocando o templo de Juturna perto de Aqua Virgo, que confluiria nas Termas de Agrippa.