José Mentor
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José Mentor Guilherme de Mello Netto é advogado e deputado federal brasileiro pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
Ele nasceu em Santa Isabel no dia 30 de setembro de 1948.
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[editar] Atividade política
José Mentor iniciou sua atividade política no antigo MDB, de 1977 até 1979. Em 1981, entrou para o Partido dos Trabalhadores (PT), legenda a qual pertence até hoje.
Seus mandatos eletivos, sempre pelo Partido dos Trabalhadores, foram: deputado estadual constituinte (1989-1991), vereador de São Paulo (cidade) (1993-1996, 1997-2000 e 2001-2003) e deputado federal por São Paulo (2003-2007).
Entre as principais atividades partidárias de Mentor pode-se citar: Secretário de Assuntos Institucionais, Diretório Regional do PT, na cidade de São Paulo (1981-1983), líder do PT (1990-1991 e 1994-1995), líder do Governo (2001-2002) e vice-líder do PT (de 27 de abril de 2005 até hoje).
[editar] Envolvimento com o mensalão
O Deputado José Mentor viu-se envolvido em 2005 com o escândalo do mensalão e foi submetido a processo pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, em 17 de outubro de 2005.
Segundo a CPI dos Correios, o Deputado José Mentor, por intermédio de seu escritório de advocacia, recebeu R$ 120 mil da empresa 2S Participações do empresário Marcos Valério . O parlamentar alega que o pagamento foi feito pelo Escritório Tolentino, Melo e Associados por conta da elaboração de pareceres jurídicos por parte da banca de advocacia da qual é sócio.
A CPI conseguiu localizar o cheque nº 830091, do Banco do Brasil, agência nº 0643 – Tamoios, Belo Horizonte, de titularidade da 2S Participações Ltda., no valor de R$ 60 mil, emitido no dia 27 de julho e 2004, o qual foi depositado na conta bancária do escritório de Mentor.
Mentor disse que o pagamento foi feito na verdade pelo Escritório Tolentino, Melo e Associados, por serviços pareceres jurídicos. O Escritório Tolentino, Melo e Associados está ligado à empresa 2S Participações e prestava serviços para Marcos Valério. Segundo a CPI, Mentor não esclareceu a matéria jurídica referente aos serviços prestados.
Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária do empresário Marcos Valério (suspeito de operar o mensalão), disponibilizou sua agenda para a CPI dos Correios.
Na agenda de Karina consta uma reunião do Deputado José Mentor com o empresário Marcos Valério, ocorrida em 03 de outubro de 2003. Em depoimento para a Polícia Federal, Karina dissse: “que de fato, o Sr. Marcos Valério, por diversas vezes telefonava ao deputado José Mentor, relator da CPI do Banestado e, sempre que isso acontecia, logo em seguida, Marcos Valério ligava para o Sr. José Augusto Dummont, então, presidente do Banco Rural, acreditando com isto que Marcos Valério possa ter intercedido para que aquele banco não fosse incluído nas apurações do denominado caso Banestado; que por várias vezes o Sr. José Augusto Dummont compareceu à Empresa SMP&B Comunicação LTDA, para se encontrar com Marcos Valério, como também o Banco Rural foi sede de várias reuniões entre Marcos Valério com o Presidente do Banco Rural, com Dr. Rogério Tolentino, este advogado da Empresa SMPB Comunicação LTDA”.
De acordo com a secretária, o deputado José Mentor e o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores Delúbio Soares eram os principais contatos do dono do Banco Rural. Karina disse que destruiu 25 pastas com documentos da empresa de publicidade SMP&B, depois que José Mentor telefonou a Marcos Valério, no período em que corria a CPI do Banestado.
Na época em que recebeu os cheques da 2S Participações, José Mentor era relator da CPI do Banestado, instaurada para investigar a evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Entre as instituições financeiras sob investigação estava o Banco Rural. Em seu relatório para a CPI, Mentor não analisou os dados referentes aos sigilos quebrados do Banco Rural, nem mencionou os fortes indícios de relacionamento entre o doleiro Haroldo Bicalho, Marcos Valério e o Banco Rural.
Mentor disse que manteve alguns encontros com Marcos Valério parar tratar de assuntos relacionados às campanhas eleitorais de cidades do interior de São Paulo. Mentor disse que nunca tratou assuntos relacionados à CPI do Banestado com Marcos Valério.
[editar] Doleiro diz que pagou R$ 300 mil a José Mentor
O doleiro Richard Andrew de Mol van Otterloo afirmou, em depoimento ao Ministério Público de São Paulo, que pagou R$ 300 mil ao deputado federal José Mentor (PT-SP) para que o parlamentar retirasse seu nome do texto final da CPI do Banestado, da qual Mentor foi relator. Acusado de envolvimento no escândalo do "mensalão", o petista evitou a cassação na quarta-feira da semana passada, ao ser absolvido pelo plenário da Câmara. Agora, passou a ser alvo de nova representação na Casa, por suspeita de crime de extorsão ou corrupção ativa.
Segundo o doleiro, a ordem para que se efetuasse o pagamento partiu do empresário Flávio Maluf, filho do ex-prefeito Paulo Maluf - ambos respondem a processo por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, entre outros crimes.
Por meio de sua assessoria, José Mentor considerou "absurda" a denúncia e negou ter recebido o dinheiro. Criticado por excluir nomes do relatório da CPI do Banestado, Mentor não citou Richard Andrew de Mol van Otterloo no texto. O doleiro, que depôs espontaneamente ao MP, afirmou aos procuradores que trouxe de volta ao Brasil pelo menos US$ 30 milhões dos Maluf depositados em contas no exterior.
Segundo Otterloo, Flavio Maluf determinou o pagamento dos R$ 300 mil a Mentor por temer que a eventual inclusão do nome do doleiro no relatório poderia causar um "efeito-cascata" que levasse à conta Chanani, atribuída ao ex-prefeito Paulo Maluf.
O doleiro foi condenado a seis anos de prisão, mas responde ao processo em liberdade mediante habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
[editar] Referências
- Biografia de José Mentor, Câmara dos deputados do Brasil.
