Jaó-do-litoral
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Jaó-do-litoral
Estado de conservação: |
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Crypturellus noctivagus |
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Classificação científica | ||||||||||||||||
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Nome trinominal | ||||||||||||||||
Crypturellus noctivagus noctivagus (Wied, 1820) |
O Jaó-do-litoral (Crypturellus noctivagus noctivagus), em inglês: Yellow-legged Tinamou; é uma ave Tinamiforme, que habita a Mata Atlântica no Brasil, entre 0 e 400 m de altitude. Seu habitat típico são as florestas altas de restinga em estado primário, na planicie litorânea e estendendo-se à florestas de encostas serranas e de vales de rios, dentro dessa faixa aproximada de altitude. É conhecido também por jaó-do-sul, jaó-da-mata, juó ou juô (litoral do Estado de São Paulo).
Mede entre 33 a 36 cm, alimenta-se principalmente de sementes, pequenos frutos de palmeiras, como Euterpe oleracea, e também os das plantas: tapiá, oiticica, curubixá, cupá; bem como insetos, vermes, aranhas, moluscos e ainda vegetais de folhas tenras, como certas gramíneas e também boa quantidade de grãos de areia.
Sua distribuição geográfica abrange aos Estados do ES, BA (extremo sul), RJ, SP, PR, SC e RS. Segundo relatos, essa espécie apresenta distribuição esparsa e irregular em seu habitat; e dentro dele, suas áreas de maior ocorrência pontual, seriam nas proximidades de leitos secos de lagoas, recobertos por vegetação rasteira entremeada por gramineas .
Uma caracteristica na reprodução dessa espécie, é a da formação de haréns de fêmeas no periodo de acasalamento; que são fecundadas por machos solitários e dominantes. Fator que contribui para os resultados escassos obtidos nas tentativas de sua reprodução em cativeiros conservacionistas, em não se dispondo de uma proporção adequada entre os sexos. O periodo do acasalamento ocorre de setembro a dezembro. O ninho é geralmente construido aos pés ou entre as raizes das árvores, como as sapopembas, por exemplo; e sua postura é de 2 a 3 ovos de coloração verde-azulada clara, incubados em média por 18 dias. Por vêzes, várias fêmeas fazem suas posturas num mesmo ninho.
Sua vocalização padrão consiste numa sequência de 4 notas, sendo a primeira alongada e descendente, e as seguintes curtas e lineares. Seu piado é ressoante, e pode ser ouvido à distância. Diferente dos machos, as fêmeas da espécie piam baixo e de forma variada.
O desmatamento e a ocupação imobiliária de suas áreas de ocorrência natural, têm contribuido para ameaçá-lo; ocorrendo mesmo extinções locais. É espécie cinegética.
Possui uma subespécie no Nordeste do Brasil, o Zabelê (Crypturellus noctivagus zabele), que ocorre à partir de MG e BA. Essa apresenta coloração geral mais pálida e com riscas claras, maiores e mais evidentes na cabeça. Tal variação é devida à sua adaptação aos ambientes mais ensolarados, como a Caatinga. Outro detalhe que a diferencia, é o da subespécie zabele possuir os tarsos de coloração amarelo-claro, e a espécie noctivagus os possuir de coloração tendendo à olivácea.
Sua vocalização possui uma modulação um pouco diferente, da mesma emitida pela espécie C. n. noctivagus do litoral leste e sul do Brasil.