Dangerous Liaisons
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| Ligações perigosas (PT) Ligações perigosas (BR) |
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| Estados Unidos 1988 ı Cor ı 119min |
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| Direção | Stephen Frears | |
| Elenco | John Malkovich Glenn Close Michelle Pfeiffer Uma Thurman Keanu Reeves |
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| Roteiro | Christopher Hampton | |
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| Género | Drama | |
| Idioma | Inglês | |
| IMDB | ||
Dangerous Liaisons, ou Ligações perigosas (br/pt), é um filme de 1988 dirigido por Stephen Frears e baseado em peça homônima de Christopher Hampton - baseada, por sua vez, no clássico da literatura francesa Les liaisons dangereuses, de Pierre Choderlos de Laclos.
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[editar] Produção
Ligações Perigosas foi a primeira produção de Frears nos Estados Unidos, e seu oitavo longa-metragem de ficção. Com sete indicações ao Oscar, foi considerada na época uma excelente estréia em Hollywood. Além das atuações bastante elogiadas de Glenn Close, John Malkovich e Michelle Pfeiffer nos papéis principais do romance de Laclos - a Marquesa de Merteuil, o Visconde de Valmont e Madame de Tourvel, respectivamente - destacam-se no elenco Keanu Reeves, Uma Thurman e Swoosie Kurtz entre os coadjuvantes.
O filme de Frears foi inteiramente rodado em contruções históricas localizadas nas regiões francesas de Île-de-France e Picardia tais como, entre outras, o Château de Vincennes. Além de escrever o roteiro, baseado em sua própria adaptação da obra de Laclos para os palcos, Christopher Hampton atuou como co-produtor, ao lado de Norma Heyman e Hank Moonjean.
A trilha sonora foi composta por George Fenton. O material não original inclui obras-primas da música clássica e barroca, especialmente peças de Vivaldi, Bach, Händel e Gluck.
[editar] Premiações
Ligações perigosas foi indicado para sete Oscar em 1989:
- Melhor filme
- Melhor trilha sonora original (George Fenton)
- Melhor atriz (Glenn Close)
- Melhor atriz coadjuvante (Michelle Pfeiffer)
- Melhor roteiro adaptado (Christopher Hampton)
- Melhor figurino (James Acheson)
- Melhor direção de arte (Stuart Craig, Gérard James).
Venceu os últimos três. Na época, o fato de que nem Frears nem Malkovich foram sequer indicados recebeu duras críticas da imprensa especializada, especialmente no caso do segundo, cujo trabalho como Valmont é considerado por muitos referência em termos de adaptação de personagens literárias para o cinema.
No Festival de Cinema Francês, o filme ganhou o César de Melhor Filme Estrangeiro. O filme foi indicado para dez prêmios BAFTA, vencendo os de melhor roteiro e melhor atriz coadjuvante (Hampton e Pfeiffer). O escritor também foi premiado pelo London Critics Circle e pelo Writers Guild of America. O diretor de fotografia Philippe Rousselot foi indicado pela American Society of Cinematographers e pela British Society of Cinematographers, mas perdeu ambas as premiações.
[editar] Sinopse
A Marquesa de Merteuil pede que o amigo, o Visconde de Valmont, seduza a filha de uma de suas amigas, Madame de Volanges. Seu objetivo é vingar-se de um antigo amante, ao qual a jovem Cecile fora prometida em casamento. De início, Valmont desdenha a oferta, julgando a presa fácil demais: seu alvo é a recatada Madame de Tourvel, que visita a casa de campo de sua tia enquanto o marido está no exterior a negócios.
Valmont descobre, entretanto, que Madame de Volanges tem escrito em segredo a Madame de Tourvel para prevení-la quanto ao seu caráter, e decide seguir o plano de Merteuil. Para levar a cabo seus propósitos, eles contam com a ajuda do professor de música de Cecile, o ingênuo cavaleiro Danceny, por quem a jovem está apaixonada mas que não é visto por sua mãe como um potencial noivo.
Valmont visita a tia e, fingindo agir como intermediário entre Cecile e Danceny, seduz facilmente a jovem. Mantém-se, contudo, firme na tentativa de vencer as resistências de Madame de Tourvel, o que finalmente acaba ocorrendo.
A Marquesa prometera a Valmont passar uma noite em sua companhia caso ele conseguisse levar a cabo seu plano com Madame de Tourvel. Recusa, contudo, conceder-lhe o prêmio pelo sucesso até que ele rompa definitivamente com a nova amante, e ameaça manchar-lhe a reputação de sedutor em Paris. Valmont termina cedendo e abandona Tourvel, que cai gravemente doente.
Valmont retorna a Merteuil, que entrementes tornara-se amante de Danceny, e cobra o imediato pagamento de seu prêmio. A Marquesa recusa, e os dois declaram guerra.
A Marquesa revela a Danceny que Valmont seduzira Cecile. Os dois duelam, e o último é mortalmente ferido. Antes de falecer, entre ao rival uma coleção de cartas de Meurteil e pede a ele que visite Tourvel e revele a ela a natureza verdadeira de seu amor.
Após ouvir através de Danceny a mensagem de Valmont, Tourvel falece. O cavaleiro divulga as cartas de Meurteil, que é em seguida vaiada pelo público ao aparecer no teatro para assitir a uma ópera.
[editar] Adaptação
Les liaisons dangereuses é um romance epistolar, ou seja, um romance inteiramente constituído por cartas. Através das correspondências trocadas entre as personagens, o leitor é informado não apenas sobre os acontecimentos e eventos que compõem a trama, mas também sobre os sentimentos e desejos de Meurteil e Valmont. Isto torna a adaptação para o palco e para o cinema até certo ponto difícil, uma vez que o material original contém menos ação, e mais de percepções e impressões.
A peça e o roteiro de Hampton seguem com bastante fidelidade o enredo do romance, e são considerados de forma geral excelentes adaptações da obra de Laclos. Uma das poucas diferenças notáveis reside no fato de que o filme até certo ponto suaviza a punição da Marquesa de Merteuil. No livro, ela contrai uma doença bastante dolorosa e chega a perder um olho; no cinema, contudo, ela é apenas desprezada por seus pares na ópera, mas seu destino final é deixadao indeterminado.
[editar] Seqüências notáveis
- Cena de abertura: a cena de abertura alterna planos que acompanham os preparativos de Merteuil e Valmont para a vida social aristocrática. Após uma interminável seqüência de laços, espartilhos, laquê e pó-de-arroz, eles admiram no espelho o resultado do trabalho de seus serviçais. Nesta seqüência, Glenn Close e John Malkovich olham diretamente para a câmera: este truque de edição parece sugerir a ideía de que a Marquesa e o Visconde são ambos reflexos um do outro.
- O cinismo de Merteuil: tendo descoberto a correspondência entre Cecile e Danceny, Madame de Volanges escreve à sua amiga, a Marquesa de Merteuil, pedindo que a visite e converse com sua filha de forma a "evitar o pior". Meurteuil, na verdade, se esforçara por manter os dois amantes em contato, uma vez que as cartas haviam sido intermediada por Valmont. Esta cena mostra Merteuil descendo da carruagem para a referida visita: a câmera de Frears captura, por baixo do chapéu, o sorriso cínico que Glenn Close deixa escapar antes de explodir em uma torrente de lamentações fingidas com relação às preocupações maternas de Volanges.
- A decadência da aristocracia: na última seqüência, Merteuil remove silenciosamente sua maquiagem após ter sido vaiada na ópera. A imagem funde para o negro enquanto Glenn Close ainda trabalha com o algodão, deixando escapar ocaionalmente um par de lágrimas. Esta seqüência é o reverso da cena de abertura: em ambas a Marquesa olha no espelho, mas suas reações com relação ao que vê são exatamente opostas. Ela é usualmente considerada uma representação da exposição pública: a natureza má da personagem é revelada através das cartas, forçando-a a "remover a máscara". Ela também costuma ser interpretada pela crítica como uma metáfora para a iminente decadência da aristocracia e do Antigo Regime, uma vez que a novela se passa pouca antes da Revolução Francesa.
[editar] Outras versões
Em 1959, Roger Vadim dirigiu a primeira adaptação da obra de Laclos para o cinema, Les Liaisons dangereuses, com Jeanne Moreau, Gérard Philipe e Annette Vadim. A ação fora transportada para a burguesia francesa do final da década de 1950.
Apenas um ano após o lançamento de Dangeous Liaisons, Milos Forman levou às telas sua própria versão para o romance de Laclos. Com roteiro do crítico frânces Jean-Claude Carrière, Valmont tinha Annette Benning e Colin Firth nos papéis principais.
Em 1999, Roger Kumble dirigiu uma adaptação mais moderna, que veio a chamar-se Cruel Intentions. Curiosamente, Swoosie Kurtz, que interpretara Madame de Volanges no filme de Frears, também trabalha nesta versão.
Finalmente, Lee Je Yong dirigiu em 2003 Joseon Namnyeo Sangyeoljisa (Scandal), com Lee Mik Suk, Jeon Do Yeon, e Bae Yong Jun. Esta adaptação transferia a ação para a Coréia do século XVIII.
[editar] Referências
- Dangerous Liaisons: The Film, o roteiro de Christopher Hampton. ISBN 0571154476.
- Les liaisons dangereuses, o romance de Pierre Choderlos de Laclos. ISBN 2253004014.
- As ligações perigosas, tradução do romance. ISBN 9721028029.
[editar] Ligações externas
- Críticas do The Washington Post (em inglês): Hal Hinson, Desson Howe.
- Crítica do The Chicago Sun-Times (em inglês): Roger Eber
