Copacabana Palace

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Copacabana Palace, Rio de Janeiro, Brasil.

O Hotel Copacabana Palace localiza-se na cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.

Em frente à praia de Copacabana, é um dos hotéis de luxo mais famosos da cidade, e conta com uma extensa lista de celebridades entre seus hóspedes.

[editar] História

Foi construído pelo empresário Octávio Guinle entre 1919 e 1923, atendendo a uma solicitação do então Presidente Epitácio Pessoa (1919-1922), que desejava um grande hotel de turismo na então capital do país, para ajudar a hospedar o grande número de visitantes esperados para a grande Exposição do Centenário da Independência do Brasil, um evento de dimensões internacionais a ser realizado na esplanada do Castelo, em 1922. Como contrapartida, o Governo Federal concederia incentivos fiscais, assim como a licença para que nele funcionasse um cassino, esta última uma exigência do empresário.

Tendo se chegado a um acordo, o empresário adquiriu um terreno na praia de Copacabana, de frente para a Avenida Atlântica, alargada em 1919 pelo Engenheiro Paulo de Frontin. À época, o hotel foi o primeiro grande edifício em Copacabana, cercado apenas por pequenas casas e mansões.

Para a execução do projeto foi contratado o arquiteto francês Joseph Gire, que se inspirou em dois famosos hotéis da Riviera Francesa, à época: o Negresco, em Nice, e o Carlton, em Cannes. A estrutura, sóbria e imponente, foi erguida pelo Engenheiro César Mello e Cunha, tendo empregado, em larga escala, o mármore de Carrara e cristais da Boémia. Dificuldades na importação desses materiais, na execução das suas fundações, com 14 metros de profundidade, conforme exigido pelo projeto, e para cuja confecção não havia tecnologia ou experiência no país, bem como uma violenta ressaca que, em 1922 destruiu a Avenida Atlântica, causando danos aos pavimentos inferiores do hotel em construção, acabaram atrasando a obra, que foi inaugurada quase um ano após a Exposição do Centenário, no dia 13 de agosto de 1923.

Tendo em vista o atraso na execução do projeto, o Presidente Arthur Bernardes (1922-1926), tentou cassar a licença para o funcionamento do cassino (1924). O assunto foi encaminhado à Justiça onde, após demorada disputa, a família Guinle obteve ganho de causa (1934). O hotel e seu cassino foram essenciais para a consolidação da fama e "glamour" do bairro nas décadas seguintes.

Em 1934, foi construída a piscina do hotel, com projeto do Engenheiro César Mello e Cunha, ampliada em 1949. Em 1938 inaugurou-se o "Golden Room", com um show de Maurice Chevalier.

Após a Segunda Guerra Mundial, o Presidente Eurico Gaspar Dutra probiu o jogo no país (abril de 1946). O Cassino foi transformado em casa de espetáculos e o hotel passou por uma ampla reforma, que lhe aumentou a capacidade, acrescentando-se dois pavimentos ao prédio principal, a pérgula lateral e o anexo nos fundos, inaugurado em 1949. Essa reforma ficou a cargo do arquiteto Wladimir Alves de Sousa.

Com a transferência da capital para Brasília, em 1960, o hotel conheceu um período de lenta decadência, até ser superado por hotéis mais modernos, construídos na década de 1970.

Em 1985, projetou-se a sua demolição, vindo a ser tombado nas esferas federal (IPHAN), estadual (INEPAC) e municipal (DGPC). Em fins da década de 1980, a família Guinle, na pessoa de José Eduardo Guinle, vendeu-o ao grupo "Orient Express" (1989), que o reabilitou, modernizando as antigas instalações sem descaracterizá-las.

Na atualidade, o Copacabana Palace permanece como um dos mais importantes estabelecimentos hoteleiros da cidade, disponibilizando duzentas e vinte e seis apartamentos e suítes, cento e quarenta e oito no prédio principal e setenta e oito no anexo, distribuídos em uma área de onze mil metros quadrados.

[editar] Hóspedes ilustres

A primeira personalidade a se hospedar no hotel foi Albert Einstein, em 1925. Outros hóspedes ilustres foram Charles de Gaulle, Elizabeth II da Inglaterra, Chuck Berry e os Rolling Stones. Nele viveu, durante a Segunda Guerra Mundial, o exilado rei da Romênia, Carol II, e sua esposa morganática, Madame Lupescu.

[editar] Curiosidades

A famosa cantora francesa Mistinguett, convidada para fazer uma apresentação na inaugaração do hotel, foi impedida de fazê-lo à última hora por razões de ordem contratual com o Teatro Lírico.
Em um de seus salões, em 1928, o Presidente Washington Luís foi baleado por sua amante francesa, durante uma discussão. Socorrido por seu médico particular, o Dr. Francisco de Castro, o episódio foi devidamente abafado à época, como uma crise de apendicite.
No mesmo ano, em dezembro, ali se hospedou, em crise de depressão, o inventor Alberto Santos Dumont, que acabara de presenciar, em seu retorno ao país, um terrível acidente aéreo: o avião que deveria jogar pétalas de flores sobre o seu navio, bateu nas águas da baía de Guanabara, vindo a explodir, matando os seus doze ocupantes.
O Príncipe Edward de Gales e seu irmão, George, hospedaram-se no hotel, em viagem oficial de férias, em 1931. O primeiro apaixonou-se pela Uruguaia Negra Bernardez, mulher atraente, desquitada, mãe de dois filhos, que recusou o convite do príncipe para acompanhá-lo de volta a Londres. Afirma-se que o príncipe, deprimido, embebedou-se, atirando-se, fardado, na piscina do Country Club de Ipanema.
O hotel serviu de tema para o musical "Flying Down To Rio" (1933), com Dolores del Rio, em que Fred Astaire e Ginger Rogers dançam juntos pela primeira vez. Embora ambientado no hotel, o filme foi inteiramente rodado nos Estados Unidos da América, em estúdios, com cenários pintados sobre o Rio de Janeiro, e externas na praia de Malibu. O sucesso do filme tornou o hotel conhecido mundialmente.
À época da Segunda Guerra Mundial, conheceu um período áureo, uma vez que era o único hotel de turismo, de porte, capaz de hospedar personalidades internacionais impedidas de ir à Europa. A partir de 1942, a política de boa vizinhança com os Estados Unidos, trouxe importantes personalidades norte-americanas, como atores de Hollywood, entre os quais, Clark Gable, Edward G. Robinson, Fred Astaire, Dolores Del Rio, Katharine Hepburn, Lana Turner, Marlene Dietrich (que realizou um show histórico em 1959), Orson Welles, Walt Disney, Josephine Baker e outros.
Em 1942, Orson Welles residiu seis meses no hotel. Recusado pela atriz Dolores del Rio, em um acesso de raiva arremessou pela janela de seus aposentos, na piscina, uma cadeira e um criado mudo.
Walt Disney aqui teria esboçado o personagem Zé Carioca.
Josephine Baker aqui manteve um encontro furtivo com o arquitecto Le Corbusier.
O anexo, inaugurado em 1949, tornou-se um lugar não só para residência de hóspedes ilustres, como também para encontros furtivos, graças a uma passagem subterrânea dissimulada a partir do prédio prédio principal atrás do salão de cabeleireiro.
Em 1954, a atriz norte-americana Ava Gardner, irritada por não ter sido conduzida ao Copacabana Palace, jogou toda a sua bagagem pela janela de seus aposentos no não menos conceituado Hotel Glória, seguindo para o Copacabana às 3:30h da madrugada.
No mesmo ano, em dezembro, Carmem Miranda, frustrada pelo fracasso de seu casamento trancou-se em seus aposentos pensando em cometer suicídio, tendo desistido de seu intento com a contemplação da paisagem pelas janelas de sua suíte.
Brigitte Bardot, de passagem no Rio de Janeiro em 1963, não se hospedou no hotel, mas escolheu-o para dar a sua entrevista coletiva à imprensa.