Constantino XI
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Constantino XI Paleólogo (algumas vezes numerado como Constantino XII ou Constantino XIII), também conhecido como Constantino Drageses (Gr. Κωνσταντίνος ΧΙ Δραγάσης Παλαιολόγος), (9 de Fevereiro de 1404 - 29 de Maio de 1453) foi o último imperador do Império Bizantino, desde 1449 até sua morte.
O reinado de Constantino XI representa a agonia do império bizantino. Esta agonia se traduziu nos revezes sofridos, tanto internamente quanto externamente. Internamente, equívocos nas relações eclesiásticas. Externamente, o ataque cada vez mais evidente dos turcos otomanos.
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[editar] Vida
Nascido em Constantinopla, Constantino era o oitavo dos dez filhos de Manuel II Paleólogo e Helena Dragas. Cresceu na cidade imperial sob a supervisão de seus pais e, mais tarde, assumiu oficialmente o nome de sua mãe (Drageses).
Constantino casou-se por duas vezes. A primeira vez, em primeiro de julho de 1428, com Maddelena Tocco (morta em 1429); a segunda vez, com Caterina Gattilusio (que também morreu, em 1442). Segundo algumas fontes, não houve filhos nestes casamentos; segundo outras, teria nascido uma criança chamada Magdalena.
Quando seu irmão, João VIII Paleólogo morreu, o trono foi disputado por Constantino e seu outro irmão Demetrius. Eles apelaram ao sultão Murad II para que este arbitrasse o conflito. Murad II escolheu Constantino, que foi coroado em Mistra, em 6 de janeiro de 1449. Ironicamente, seria o filho de Murad II quem, mais tarde, traria o fim do império bizantino.
[editar] União de Florença
Em 12 de dezembro de 1452, a União de Florença foi proclamada solenemente na igreja de Santa Sofia, perante Constantino XI, o representante do papa Nicolau V e o patriarca Gregório. Tal União havia sido discutida e decretada em um concílio, em Florença, nos anos 1438 e 1439, com representantes tanto dos latinos quanto dos ortodoxos. Os ortodoxos voltavam atrás em suas diferenças com os latinos em troca de apoio militar contra os otomanos. Mesmo questões delicadas como o filioqüe, a doutrina do purgatório, o uso do pão ázimo na eucaristia e o reconhecimento da autoridade da sé romana foram admitidas pelos ortodoxos orientais. Em 1452, com a missa solene e conjunta em Constantinopla, tentou-se selar, por fim, a união. No entanto, esta cerimônia provocou uma reação contrária dos não-unionistas, que eram maioria.
[editar] Queda de Constantinopla
Em fevereiro de 1451, com a morte de Murad II, assumiu o comando dos otomanos o sultão Maomé II, seu filho. Seu objetivo claro era a tomada de Constantinopla. Para isto, fez tratados diplomáticos com possíveis aliados de Constantino XI (como a República de Veneza), além de incursões militares contra cidades que pudessem enviar socorro a Constantinopla.
Com a construção da fortaleza Rumeli-Hissar, ao norte de Constantinopla, em agosto de 1452, Maomé II – munido de artilharia pesada – passou a impedir a navegação da cidade. Abandonada pelo Ocidente, sem contato com seus aliados e sob o peso da artilharia turca, coube a Constantino XI sozinho organizar a resistência. No entanto, contra os 60.000 combatentes de Maomé II, o imperador conseguiu reunir apenas oito mil soldados (sendo quase a metade deste contingente composta por estrangeiros).
No mês de abril de 1453, começaram os bombardeios e as tentativas de assalto contra a cidade. Em 23 de abril, Constantino XI ofereceu a paz ao sultão, mas este recusou. Segundo Vasíliev,
- “o bombardeio ininterrupto durante várias semanas, extenuava a população. Homens, mulheres, crianças, monges, religiosas, sacerdotes trabalharam dia e noite sob uma chuva de balas para reparar as numerosas brechas dos muros. O assédio durava já cinqüenta dias quando o sultão, diante da notícia talvez fantástica da chegada de uma frota cristã de socorro, resolveu precipitar o assalto decisivo”.
[editar] A morte de Constantino XI
Na madrugada de 29 de maio, a lenta agonia cessou. Sob o ataque de três frentes, a cidade de Constantinopla caiu sob o domínio turco. Não há nenhuma informação precisa a respeito disto (o que contribuiu para gerar muitas lendas populares), mas provavelmente Constantino XI morreu na resistência contra os otomanos.
A grande importância de Constantino XI, portanto, não está em algum grande feito que tenha realizado. Ele entrou para história por ter sido em seu reinado a queda da cidade de Constantinopla, fato que teve profunda repercussão em todo o Ocidente.
Porém a resistência valorosa até a morte do último Imperator Romano do Oriente foi escolhida, nos anos seguintes, como símbolo da luta da cristandade contra os turcos, e contra esses foi usado sucessivamente como símbolo dos independentistas gregos no século XIX. Uma estátua de Constantino XI está hoje defronte à catedral de Atenas. Foi feito santo e mártir da Igreja Ortodoxa.
[editar] Bibliografia
- GIORDANI, Mario Curtis. História do Império Bizantino. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
- VASÍLIEV, A. A. Historia del Império Bizantino. Barcelona: Ibéria, Joaquín Gil, Editores S.A..
Precedido por: João VIII Paleólogo |
Imperador Bizantino 1449 - 1453 |
Sucedido por: fim do Império |