Carlomano, filho de Carlos Martel
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Pipinidas
|
Arnulfidas
|
Carolíngios
|
Após o Tratado de Verdun (843)
|
Carlomano (c. 715 — 754) era filho de Carlos Martel, prefeito do palácio e duque dos francos, e de sua esposa Rotrude de Trèves. Com a morte de Carlos em 741, ele e seu meio irmão Pepino o Breve sucederam seu pai em seus cargos, Pepino na Nêustria e Carlomano na Austrásia. Ele era membro da família depois chamada de carolíngios e pode-se argumentar que ele foi o instrumento na consolidação do poder às custas dos reis merovíngios dos francos. Ele desistiu da vida pública em 747 para se recolhero ao hábito monástico.
Índice |
[editar] Subida ao poder
Após a morte de seu pai, o poder inicialmente dividido não incluía Grifo, outro filho de Carlos Martel, de acordo com os desejos do próprio Martel, apesar de Grifo reclamar uma porção dos domínios a seus irmãos, que negaram. Em 742, Carlomano e Pepino expulsaram Grifo e forçaram-no a ingressar em um monastério, e cada um voltou sua atenção para sua área de influência como prefeito do palácio. Pepino no oeste (no que era chamado Nêustria, aproximadamente o que agora é a França) e Carlomano no leste (no que era chamado Austrásia, aproximadamente a atual Alemanha).
Com Grifo sob controle, os dois prefeitos, que ainda não haviam sido provados em batalha na defesa de seus domínios como seu pai, por iniciativa de Carlomano, instalaram o rei merovíngio Childerico III como rei em 743, embora Martel tenha deixado o trono vago desde a morte de Teodorico IV em 737.
Diferentemente da maioria dos casos medievais de divisão fraternal de poder, Carlomano e Pepino por sete anos permanenceram no mínimo desejosos de trabalhar juntos; certamente, eles se responsabilizaram por várias ações militares juntos. Carlomano juntou-se a Pepino contra as revoltas lideradas por Hunaldo da Aquitânia em 742 e 745. Pepino ajudou Carlomano contra os saxões em 742-743 e contra Odilo da Bavária em 742 e 744, quando a paz foi estabelecida entre os irmãos e seu cunhado, com o casamento de Odilo com Chiltrude, irmã dos dois governantes francos.
[editar] Fortalecimento da dinastia
Nos seus domínios, Carlomano fortaleceu sua autoridade em parte via seu apoio ao missionário anglo-saxão Winfrido (depois São Bonifácio, o assim chamado "Apóstolo dos Alemães", a quem ele atribuiu a tarefa da recontrução da igreja na Austrásia. Isto era em parte a continuação da política iniciada por seu avô, Pepino de Herstal, e que continuou em menor medida sob Carlos Martel. Carlomano foi essencial na reunião do Concilium Germanicum em 742, o primeiro grande sínodo a incluir as regiões orientais do reino franco. Dirigido juntamente por ele e Bonifácio, o sínodo determinou que aos padres não era permitido carregar armas ou possuir mulheres em suas casas e que era uma de suas tarefas primordiais erradicar as crenças pagãs. Enquanto seu pai freqüentemente confiscava as propriedades da Igreja para recompensar seus seguidores e para pagar o exército permanente que lhe deu a vitória em Tours, em 742 os carolíngios estavam ricos o bastante para pagar seus militares e ainda ajudar a Igreja. Para Carlomano, um homem profundamente religioso, era uma ação de amor; para Pepino, uma ação prática. Ambos viam a necessidade de fortalecer os laços entre a sua casa e a Igreja. Então, procurou aumentar as posses da Igreja. Ele doou, por exemplo, as terras para uma das mais importantes fundações de Bonifácio, o monastério de Fulda.
[editar] Crueldade política
Apesar da sua piedade, Carlomano poderia ser cruel contra oponentes reais ou possíveis. Após repetidas revoltas armadas e rebeliões, Carlomano em 746 convocou uma assembléia de nobres alamanos em Cannstatt e então a maioria deles, contados em milhares, foram presos e executados por alta traição no evento conhcido como corte de sangue de Cannstatt. Isso erradicou praticamente toda a liderança tribal dos alamanos e acabou com a independência do ducado tribal da Alamânia, que foi a partir de então governada por condes indicados pelos soberanos francos.
Estas ações fortaleceram a posição de Carlomano, e da sua família como um todo, especialmente em termos de suas rivalidades com outras famílias principais bárbaras tais como os angilofingos bávaros.
[editar] Abandono da vida pública
Em 15 de Agosto de 747, Carlomano renunciou à sua posição de prefeito do palácio e se retirou para uma vida monástica, sendo tonsurado em Roma pelo papa Zacarias. Ele fundou Monte Soracte e então foi para Monte Cassino. Todas as fontes do período indicam que seu desejo era a Igreja. Ele sentiu que tinha feito suas obrigações para com a família por seis anos na eliminação cruel de seus inimigos e no fortalecimento da dinastia. Tendo completado o que ele achava ser suas tarefas seculares, ele se retirou para um monastério e passou a maior parte do restante da sua vida lá, presumidamente em meditação e oração.
À época da retirada de Carlomano, Grifo escapou de seu cativeiro e fugiu para a Bavária, onde o duque Odilo lhe forneceu ajuda e assitência. Mas quando Odilo morreu um ano depois e Grifo tentou tomar o Ducado da Bavária para si, Pepino, que havia se tornado o único major domo e dux et princeps Francorum, tomou a ação decisiva de invadir a Bavária e instalar o filho infante de Odilo, Tassilo III, como duque sob suserania franca. Grifo continuou sua rebelião, mas foi finalmente morto na batalha de Saint-Jean-de-Maurienne em 753.
Sete anos após a retirada de Carlomano e às vésperas de sua morte, ele voltou brevemente à vida pública. Em 754, o papa Estêvão III havia pedido a Pepino, agora rei, para vir em seu auxílio contra o rei dos lombardos, Aistulf. Carlomano deixou Monte Cassino para visitar seu irmão e lhe perguntar porque ele não se dirigiu à Itália em auxílio ao papa. Pepino mostrou-se indiferente, e aprisionou Carlomano em Vienne, onde ele morreu em 17 de agosto. Ele foi sepultado em Monte Cassino.
[editar] Pais
♂ Carlos Martel (◊ c. 688 † 741)
♀ Rotrude de Trèves (◊ c. 695 † 724)
[editar] Casamentos e filhos
- com ? (◊ ? † ?)
- ♂ Drogo (◊ ? † ?)
[editar] Ligações externas
Precedido por: Carlos Martel |
Prefeito do palácio da Austrásia 741 - 747 |
Sucedido por: O titulo deixa de existir |