André de Leão
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André de Leão, morador do Rio de Janeiro, fez uma entrada a mando de D. Francisco de Souza.
Esta bandeira de André de Leão, que como João Pereira de Souza Botafogo era morador do Rio de Janeiro, foi enviada por D. Francisco de Souza para o trecho do hoje rio Paraíba e, transposta a serra da Mantiqueira, penetrou em terras atualmente mineiras. Talvez fosse mesmo a bacia do rio São Francisco. Nela seguiucomo prático o holandês Wilhelm Jost ten Glimmer, morador de Santos, que forneceu roteiro da jornada a João de Laet (escritor holandês, autor da «Descrição das Indias Ocidentais» em 1625).
Como dirigentes, havia um morador de Santos e outro do Rio, conhecedores da penetração pelas vias do Quilombo e de Parati. A diretriz usual era a de Atibaia ou Sapucaí, através do vago «sertão da Parnaíba». As bandeiras quinhentistas ganhavam com mais facilidade a região do Guairá do que o muito mais próximo vale do Paraíba, pela profunda desigualdade da flora desses terrenos. Os santistas foram os primeiros a penetrar ali, seguindo o vale do rio Quilombo e se localizando em Mogi das Cruzes, antiga sesmaria de Brás Cubas, o primeiro a tatear tal caminho para penetrar no sertão das atuais Minas Gerais. Os de São Paulo obtinham penosa comunicação com Mogi pela via do Anhembi. Graças a Dom Francisco, uma estrada ligou os dois núcleos de povoamento. Os moradores do Rio conheciam bem o vale médio do rio Paraiba, pela via de Parati. Houve obscuras bandeiras de apresamento, que terão penetrado bastante, tanto que não se abandonava a esperança dos achados minerais.
E a verdade é que ainda se sonhava com ouro, em Espanha e Portugal. Prova em 15 de agosto de 1603 «Regimento das Minas do Brasil», feito em Valladolid por Filipe III em que diz o Rei: «que sou informado que nas partes do Brasil são descobertas algumas minas de ouro e prata e que facilmente se poderão descobrir mais», etc. Está registrado no Rio de Janeiro em 29 de maio de 1652 e São Paulo a 9 de outubro de 1652 e, tardiamente, em São João del Rei em 27 de outubro de 1729. Os Paulistas, porém, só guerreavam índios, acostumados à vida das armas e tirando lucro de sua venda, não queriam ficar sedentários nem administrar as minas que desde 1603 o Rei lhes franqueara, mediante o pagamento do quinto..
