A Casa das Sete Mulheres
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A Casa das Sete Mulheres é a adaptação de um romance histórico da gaúcha Letícia Wierzchowski, publicado em 2003.
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[editar] Trama
Em meados da década de 1830, a situação política no Brasil fervia. Após a Abdicação de D. Pedro I, os mandos e desmandos dos regentes que assumiram o controle do governo atingiam o limite crítico. De norte a sul do país começaram estourar revoltas lideradas por homens que queriam se libertar do jugo do império. No Sul do país, uma dessas revoltas, levaria cerca de dez anos para chegar a uma solução final: a Revolução Farroupilha. Setembro de 1835 marca o início da guerra. Os revolucionários exigem e deposição inconteste do presidente da província e a adoção de uma nova política, menos extorsiva e mais justa, para o principal produto da economia local, o charque, que era sobre-taxado pelo império. O que aconteceria depois, seria uma luta dramática de latifundiários rio-grandenses e seus exércitos contra o Império Brasileiro.
Ao rebentar a revolução, seu líder, Bento Gonçalves, já aclamado herói gaúcho, antes de partir para o campo de batalha, manda tirar mulheres e crianças de sua família do centro do conflito e os envia para o interior da província do São Pedro do Rio Grande, atual estado do Rio Grande do Sul. Na Estância Da Barra, de propriedade de sua irmã Ana Joaquina, um local protegido e de difícil acesso, eles estariam a salvo e longe dos horrores da guerra.
Bem casado com a uruguaiua Caetana, Bento formava uma família-modelo que suscitava a admiração de seus amigos e a inveja de seus inimigos, como o perigoso Bento Manoel. Quando sua família se reúne para refugiar-se na Estância da Barra, Caetana segue com a filha mais velha, Perpétua, e os filhos pequenos. E são acompanhados pela irmã mais nova de Bento, a fria e recalcada Maria, e sua três filhas jovens: Rosário, Mariana e Manuela.
É na estância que essas mulheres vão descobrir a dor e o prazer, a solidão e o amor, enfim, viver todas as angustias de uma guerra. É lá que elas vão esperar por seus homens, e viver a amargura do abandono e a intensidade dos poucos momentos de alegria. É lá que elas vão fazer o impossível para mantê-los vivos e dispostos a lutar por seus ideais.
Entre tantos heróis envolvidos no conflito, está o italiano Giuseppe Garibaldi que mais tarde seria um dos responsáveis pela unificação de seu país de origem. No campo de batalha, em meio a tantos homens, se destaca uma mulher de fibra, Anita, a futura esposa do corsário Garibaldi, por quem deixa um casamento e parte com ele em busca de aventuras e incertezas.
Esta é a história desta revolução (o conflito civil mais longo do continente americano), sob o ponto de vista dessas mulheres. Com idades e temperamentos diferentes, elas enfrentariam todas as sortes de privações, dificuldades, tentativas de invasão e saque sem jamais abrir mão de seus sonhos, paixões e projetos de vida
[editar] Minissérie
Em 2003, a Globo decidiu levar a cabo a adaptação do romance a uma minissérie, escrita por Maria Adelaide Amaral e Walter Negrão, dirigida por Jayme Monjardim.
A casa das sete mulheres foi lançada em DVD no ano de 2004, e reapresentada entre 15 de agosto e 22 de setembro de 2006, numa versão compacta.
[editar] A minissérie e o romance
Na adaptação do romance de Letícia Wierzchowski para a televisão, os autores e a emissora tomaram algumas liberdades que, no entender de estudiosos da cultura gaúcha, foram excessivas.
O romance ressalta o caráter conservador na educação das filhas dos estancieiros gaúchos no século XIX e como era pobre e rotineiro seu cotidiano, especialmente na situação de confinamento em que se encontravam. Relacionamentos amorosos eram tratados com recato. Já na minissérie o comportamento das personagens femininas pouco se diferencia do comportamento das mulheres nas novelas ambientadas no Rio de Janeiro do século XXI.
O isolamento das sete mulheres é enfatizado no romance e é essencial para o desenvolvimento dramático e psicológico das personagens. Visitas eram esporádicas, os acontecimentos externos permaneciam distantes, só ficavam conhecidos por meio de cartas e mensageiros. Na minissérie, para manter o interesse do público, a casa é palco de frequentes encontros e festas e as personagens se envolvem diretamente em episódios da revolução.
O relacionamento de Manuela e Garibaldi foi descaracterizado. No romance, ambos rompem porque Manuela, um personagem real, não teve coragem de deixar a casa e acompanhá-lo. Sofreu o resto da vida por isso: nunca se casou e teve uma vida solitária, sendo apontada nas ruas de Pelotas, onde foi morar, como a noiva de Garibaldi. No romance, Anita é apenas citada, de passagem.
Na minissérie, após o rompimento ter sido mostrado tal como no romance, Manuela, ao saber do novo relacionamento de Garibaldi, vai a seu encontro, enfrenta Anita e se envolve nos combates da Revolução Farroupilha. Sem transição, torna-se uma personagem forte e decidida. Toma a decisão que Garibaldi esperava dela e no romance não teve coragem de tomar.
Esta mudança não passou despercebida dos espectadores da minissérie que, em centenas de cartas e mensagens eletrônicas, pediam aos autores que, no final, Garibaldi e Manuela ficassem juntos. Isso levou outro espectador a comentar ironicamente que, se era para distorcer fatos históricos, os autores fizessem os gaúchos ganharem a Revolução Farroupilha.
A minissérie cometeu também um deslize geográfico. A ação se passa na região de Camaquã e Cristal, no Rio Grande do Sul, no pampa, uma planície que se estende do sul de Porto Alegre até o extremo meridional do Uruguai. No entanto, aparecem seguidas cenas tomadas no cânion do Itaimbezinho, situado na serra gaúcha, em Cambará do Sul.
[editar] Elenco
- Thiago Lacerda - Giuseppe Garibaldi
- Giovanna Antonelli - Anita Garibaldi
- Camila Morgado - Manuela de Paula Ferreira
- Werner Schünemann - Bento Gonçalves
- Eliane Giardini - D. Caetana
- Nívea Maria - D. Maria
- Bete Mendes - D. Ana Joaquina
- Daniela Escobar - Perpétua
- Marcello Novaes - Inácio
- Mariana Ximenes - Rosário
- Thiago Fragoso - Estevão
- Samara Felippo - Mariana
- Tarcísio Filho - Antônio de Souza Netto
- Luís Melo - Bento Manuel
- Jandira Martini - D. Antônia
- Ana Beatriz Nogueira - D. Rosa
- José de Abreu - Onofre Pires
- Murilo Rosa - Afonso Corte Real
- Dalton Vigh - Luigi Rossetti
- Rodrigo Faro - Joaquim (Quincas)
- Rosi Campos - Consuelo
- Ariclê Perez - Madre Cecília
- Heitor Martinez - João Gutiérrez
- Amandha Lee - Luzia
- Dado Dolabella - Bentinho
- Bruno Gagliasso - Caetano
- Manoela do Monte - Joana
- Marcos Barreto - Paulo
- Zécarlos Machado - Anselmo
- Zé Victor Castiel - Chico Mascate
- Sabrina Greve - Teresa
- Theodoro Cochrane - Pedro
- Juliana Paes - Teiniaguá
- Sebastião Vasconcelos - Tio Antônio
- Antônio Pompeo - João Congo
- Christiane Tricerri - Quitéria
- Viviane Porto - Zefina
- Maurício Gonçalves - Terêncio
- Bukassa Kabengele - Zé Pedra
- Mariah da Penha - Viriata
- Mary Sheyla - Beata
- Oscar Simch - Davi Canabarro
- Douglas Simon - Teixeira Nunes
- Arietha Corrêa - Bárbara
- André Luiz Miranda - Netinho
- Carla Regina - Tina
- Tarciana Saad - Anahy
- Fábio Dias - Ignácio Bilbao
- Roberto Bomtempo - Manuel Aguiar
- Ricardo Herriot - John Griggs
- Pedro Malta - Marco Antônio
- Carlos Machado Filho - Leão
- Carla Diaz - Angélica
- Maria Mariana - Aninha
- Beatriz Browne - Angélica
- Sérgio Vieira
[editar] Participações especiais
- Ney Latorraca - Araújo Ribeiro
- Irene Ravache - Madalena Aguilar
- Christiana Guinle - Irmã Damiana
- Othon Bastos - General Crescêncio
- Ângelo Antônio - Tito Lívio Zambeccari
- Ítala Nandi - Francisca
- Sérgio Viotti - Padre Cordeiro
- Roberto Pirillo - General Menna Barreto
- Stepan Nercessian - Sabino
- Tonico Pereira - Padre Roberto
- Cláudio Corrêa e Castro
- André Mattos - Pedro Boticário
- José Dumont - comandante do Forte
- Gilson Moura - Coronel Moringue
- Norma Geraldy - Manuela (último capítulo)
[editar] Ligações externas
Site Oficial de A Casa das Sete Mulheres
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